Fazer livros é um prazer
Ter uma história para contar e encontrar a melhor forma de a materializar é um dos trabalhos que mais gostamos de fazer. Mais do que um prazer, é uma prática que contém em si a possibilidade de conduzir o leitor numa experiência que vai para além da leitura de um “texto”. Apesar de não pensarmos nisso, aspectos formais como o tipo de papel, a encadernação, as cores, o ritmo das páginas são determinantes para a nossa relação com o livro final.
Da conceptualização à materialização, aspectos formais mais ou menos escondidos são cuidadosamente seleccionados por vários intervenientes que prestam um conhecimento ora mais conceptual ora mais técnico, num trabalho de equipa interdependente, que visa proporcionar ao leitor uma experiência o mais satisfatória possível.
Existem vários tipos de livros: livros de capa dura, capa mole, livros de bolso, livros pop-up, livros de artistas, formatos clássicos ou menos clássicos… Consoante o conteúdo, podem ser literários, científicos, de receitas, livros só com texto, só com ilustração ou só com fotografia, com texto e fotografia…
Com a ajuda de um designer, é possível começar a dar forma a uma ideia; tendo em conta os aspectos técnicos o designer cria um projeto gráfico e pensa na forma mais adequada de organizar e comunicar o conteúdo com base na natureza do projecto e do público a que se destina.
Fazer um livro é um processo vivo e tem várias fases. Consoante o grau de complexidade, pode ter mais ou menos camadas e o designer começa a trabalhar a partir da superfície, aprofundando aos poucos até ter esgotado o assunto do qual que está a tratar:
1ª fase
Depois de adjudicado o trabalho, o designer reúne com o cliente para conversarem sobre a ideia, verificarem o material existente ou perceberem se é necessário criar material de raíz;
Decidem as secções genéricas e os tópicos a desenvolver em cada uma delas;
Definem o tom;
Escolhem o formato;
Esboçam um storyboard simplificado
2ª fase
O designer começa a trabalhar; reúne o material disponível e, com base na ideia e nos detalhes que foram discutidos em equipa, começa a desenhar uma proposta gráfica. Este processo. terá mais ou menos fases, consoante a complexidade do mesmo. Durante a fase de desenvolvimento do trabalho de design, colocam-se questões, testam-se possibilidades e tomam-se decisões que vão direccionando o projecto para o resultado final.
3ª fase
Quando o documento digital final está fechado, passamos à fase de produção. Apesar de ser uma fase menos visível, as escolhas que se fazem no que se refere à materialização do objecto, são determinantes na qualidade do produto final. Escolher a gráfica adequada, controlar a qualidade dos materiais e da impressão, estar presente em todas as fases deste processo é fundamental para termos um resultado satisfatório. Uma produção mal orientada é capaz de estragar todo o bom trabalho que foi feito anteriormente. O acabamento ultrapassa o conceito de finalização do produto. É um passo crucial do processo que requer rigor e atenção ao detalhe para garantir a qualidade de produção de cada peça concluída.
Resumindo, nenhuma fase do processo de fazer um livro é mais importante do que a outra porque todas as decisões tomadas dependem entre si para se conseguir obter o resultado desejado.